A gente não nasce mãe. A gente aprende a ser mãe. Todos os dias um pouco. Desde o positivo do exame de gravidez até o primeiro banho, a primeira papinha, as trocas infinitas de fraldas. A gente aprende todos os dias um caminhão de coisas. A temperatura ideal para a água do banho, a diferença entre a soneca do dia e da noite, os tipos de choros e, mais tarde, a lidar com todas as milhares de coisas da adolescência, enquanto tentamos transmitir aos filhos, a diferença entre liberdade e libertinagem.
Ninguém nasce sabendo ser mãe, porque ser mãe é difícil. Aliás, uma coisa é certa: a gente só sabe o que é ser mãe, quando nos tornamos mãe. Esqueça as frases prontas: “eu imagino como é”, “faço alguma ideia”. Não, você não imagina. Não, você também não faz ideia.
Gerar uma vida muda tudo! O ponto de vista, os medos, o entendimento de amor e entrega. Aquela criaturinha tão pequena e indefesa foi gerada dentro de você. Então, não existe nada mais definitivo do que isso. E mesmo com todo o amor incondicional é difícil, especialmente o começo, essa fase de adaptação intensa… São muitas novidades, muitas emoções, inúmeras descobertas… Você olha e – de repente – tudo mudou: agora um bebezinho depende de você para viver, o seu corpo mudou, a vida é transformada todos os dias, a relação em casa sofre alterações… O processo de adaptação é intenso e incrível. Tem muito choro, tem insegurança, mas tem também uma evolução única e uma experiência de amor inigualável.
A gente vai virando leoa, entendendo e ressignificando a vida, a todo segundo. É uma benção. Uma transformação que só as mulheres vivem, e somente quando se tornam mães. E com o passar do tempo, nos damos conta do quão somos privilegiadas, por esta capacidade de gerar uma vida e conhecer esse amor sem limites.
A gente aprende a ser mãe todos os dias. E que bom que o ciclo da vida é esse.
Acho de verdade que ser mãe reboota as máquinas, reconfigura nosso ser e faz tremer o chão nas primeiras horas. Mas é a lição mais linda da vida: aprender a ser mãe.